quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fanatismo

Fanatismo

 Minha alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
 Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
 Passo no mundo, meu Amor, a ler
 No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
 Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Florbela Espanca . .
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